FRAUDE NAS URNAS ELETRÔNICAS
Matéria jornalística muito corajosa da Rede Bandeirantes, mostrando e COMPROVANDO a FRAUDE total deste sistema que foi desenvolvido e implantado justamente para se FABRICAR o resultado das votações. Perceba na matéria os juízes do TSE/TRE fugindo do assunto ou CORRENDO das câmeras da reportagem. É UM ABSURDO que se aceite essa ditadura da manipulação eletrônica do voto que é SEU, um direito sagrado sendo violado na mais pura agressão contra a liberdade de escolha.
"Tudo passa na Lei Rouanet", diz Lobão em entrevista
DE SÃO PAULO
Em uma hora e meia de entrevista concedida em sua casa, em Pompeia, zona oeste de São Paulo, Lobão ampliou os ataques de seu livro.
Em livro, Lobão ataca artistas e políticos, como Racionais, Roberto Carlos e DilmaEntre diversos assuntos, disse que o país se encaminha para um novo golpe de Estado, criticou o passado da presidente Dilma Rousseff e a postura da líder brasileira na Comissão da Verdade.
Sobre o meio artístico, reclamou de nomes consagrados captarem recursos via Lei Rouanet, e disse se orgulhar de ter recusado a autorização do Ministério da Cultura para captar R$ 2 milhões. Procuradas pela Folha, as pessoas citadas por Lobão não se pronunciaram até o fechamento desta edição.
Leia os principais trechos da entrevista. (LUCAS NOBILE)
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Presidente Dilma e a Comissão da Verdade
Ela foi terrorista. Ela sequestrou avião, ela pode ter matado. Como que ela pode criar uma Comissão da Verdade e, como presidenta, não se colocar? Deveria ser a primeira pessoa a ser averiguada. Você vai aniquilar a história do Brasil? Vai contar uma coisa totalmente a favor com esse argumento nojento? Porque eles mataram, esquartejaram pessoas vivas, deram coronhadas, cometeram crimes.
Ela foi terrorista. Ela sequestrou avião, ela pode ter matado. Como que ela pode criar uma Comissão da Verdade e, como presidenta, não se colocar? Deveria ser a primeira pessoa a ser averiguada. Você vai aniquilar a história do Brasil? Vai contar uma coisa totalmente a favor com esse argumento nojento? Porque eles mataram, esquartejaram pessoas vivas, deram coronhadas, cometeram crimes.
O estopim, a causa da ditadura militar foram eles. Desde 1935, desde a coluna Prestes, começaram a dar golpes de Estado. Em 1961, começaram a luta armada. Era bomba estourando, eu estava lá. Minha mãe falava: você vai ser roubado da gente, o comunismo não tem família.
Quase um milhão de pessoas saíram às ruas pedindo para o Exército tomar o poder.
Acham que a junta militar estava a fim de dominar o Brasil? Não vejo nenhum desses presidentes militares milionário. E massacram os caras.
Regime militar
Não acredito em vítima da ditadura, quero que eles se fodam. Eu fui perseguido, passei quatro anos perseguido por agentes do Estado. Por que eu tinha um galho de maconha? Me botaram por três meses na cadeia. Nem por isso eu pedi indenização ao Estado. Devo ter sofrido muito mais do que 90% desses caras que dizem que foram torturados.
Não acredito em vítima da ditadura, quero que eles se fodam. Eu fui perseguido, passei quatro anos perseguido por agentes do Estado. Por que eu tinha um galho de maconha? Me botaram por três meses na cadeia. Nem por isso eu pedi indenização ao Estado. Devo ter sofrido muito mais do que 90% desses caras que dizem que foram torturados.
Editoria de Arte/Folhapress |
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PT
Esses que estão no poder, Dilma, Emir Sader, Franklin Martins, Genoíno, estavam na luta armada. Todos esses guerrilheiros estão no poder. Porra, alguma coisa está acontecendo! Em 1991, só tinha um país socialista na América Latina, hoje são 18. São neoditaduras pífias. A Argentina é uma caricatura, o Evo Morales, o Maduro. Vão deixar o comunismo entrar aqui? É a mesma coisa que botar o nazismo. A América do Sul está se tornando uma Cortina de Ferro tropical. Existe uma censura poderosíssima perpetrada por uma militância de toupeiras. Quem está dando golpe na democracia são eles, o PT está há dez anos no governo.
Esses que estão no poder, Dilma, Emir Sader, Franklin Martins, Genoíno, estavam na luta armada. Todos esses guerrilheiros estão no poder. Porra, alguma coisa está acontecendo! Em 1991, só tinha um país socialista na América Latina, hoje são 18. São neoditaduras pífias. A Argentina é uma caricatura, o Evo Morales, o Maduro. Vão deixar o comunismo entrar aqui? É a mesma coisa que botar o nazismo. A América do Sul está se tornando uma Cortina de Ferro tropical. Existe uma censura poderosíssima perpetrada por uma militância de toupeiras. Quem está dando golpe na democracia são eles, o PT está há dez anos no governo.
Golpe de Estado
Todo mundo fala da ditadura, do golpe militar, isso nunca esteve tão vivo. Os militares estão cada vez mais humilhados. As pessoas têm que entender que nenhum país civilizado conseguiu ser um país com suas Forças Armadas no Estado em que está a brasileira. Eles fizeram a Força Nacional, uma milícia armada, uma polícia política. Está tudo pronto para vir um golpe e as pessoas não estão vendo.
Todo mundo fala da ditadura, do golpe militar, isso nunca esteve tão vivo. Os militares estão cada vez mais humilhados. As pessoas têm que entender que nenhum país civilizado conseguiu ser um país com suas Forças Armadas no Estado em que está a brasileira. Eles fizeram a Força Nacional, uma milícia armada, uma polícia política. Está tudo pronto para vir um golpe e as pessoas não estão vendo.
Ministério da Cultura
Se você tirar o Ministério da Cultura, o que não é sertanejo universitário morre. Eu recusei R$ 2 milhões do Ministério da Cultura para fazer uma turnê. O ministério libera tudo, e impressionam as temáticas: bandas mortas se ressuscitam para comemorar um aniversário de vida que não tem!
Se você tirar o Ministério da Cultura, o que não é sertanejo universitário morre. Eu recusei R$ 2 milhões do Ministério da Cultura para fazer uma turnê. O ministério libera tudo, e impressionam as temáticas: bandas mortas se ressuscitam para comemorar um aniversário de vida que não tem!
O próprio Barão Vermelho! Todos pediram grana [via lei de incentivo]: Barão, Paralamas.
O Gilberto Gil é o rei, um dos que mais pedem [recurso via Lei Rouanet]!
O cara foi ministro! Como é que as pessoas podem aturar isso? A Paula Lavigne é a rainha [da Lei Rouanet].
Por que os intelectuais brasileiros, diante de uma situação asquerosa como esta, ficam calados?
Tropicália
Todos esses mitos da Semana de 22 foram perpetuados por movimentos como o concretismo, o cinema novo, a Tropicália.
Todos esses mitos da Semana de 22 foram perpetuados por movimentos como o concretismo, o cinema novo, a Tropicália.
Sempre tive muito desinteresse pela Tropicália. Tom Zé, Jards Macalé e João Donato sempre foram melhores do que os que estão aí hoje representando o movimento, tanto o da bossa nova quanto o da Tropicália. João Donato dá de mil no João Gilberto porque ele é um puta compositor e pianista. Mas nunca tem o mérito, é tudo o pistolão, quem tem amigo, é da máfia. É conchavo o tempo todo. O Gilberto Gil, a Preta Gil, é um absurdo. Ganhou um império atrás dos benefícios do pai.
Rap
Os Racionais são o braço armado do governo, são os anseios dos intelectuais petistas, propaganda de um comportamento seminal do PT. Não acredito em cara ressentido.
Os Racionais são o braço armado do governo, são os anseios dos intelectuais petistas, propaganda de um comportamento seminal do PT. Não acredito em cara ressentido.
Emicida, Criolo, todos têm essa postura, neguinho não olha, não te cumprimenta. Vai criar uma cizânia que nunca teve, ódios [raciais] estão sendo recrudescidos de razões históricas que nunca aconteceram aqui.
Estão importando Black Panthers, Ku Klux Klan. Tem essa coisa de "branquinho, perdeu, vamos tomar seu lugar". Como permitem esse discurso?
MANIFESTO DO NADA NA TERRA DO NUNCA
AUTOR Lobão
EDITORA Editora Nova Fronteira
QUANTO R$ 39,90 (248 págs.)
Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/2013/05/1271788-tudo-passa-na-lei-rouanet-diz-lobao-em-entrevista.shtml
AUTOR Lobão
EDITORA Editora Nova Fronteira
QUANTO R$ 39,90 (248 págs.)
Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/2013/05/1271788-tudo-passa-na-lei-rouanet-diz-lobao-em-entrevista.shtml
“Há ETs vivos na Terra trabalhando para os EUA”, diz ex-ministro

Há ETs na Terra trabalhando com os EUA, diz ex-ministro canadense. Paul Hellyer afirmou reconhecer ao menos quatro espécies de seres extraterrestres que habitariam o planeta
O canadense Paul Hellyer se define como o primeiro político influente dos países desenvolvidos a atestar a existência de óvnis (Foto: Discovery Channel / Reprodução)
“Há ETs vivos na Terra neste momento, e pelo menos dois deles provavelmente trabalham com o governo dos Estados Unidos.” A declaração do ex-ministro da Defesa do Canadá Paul Hellyer, 89 anos, foi feita durante uma audiência pública sobre a existência de vida extraterrestre realizada em Washington, D.C. Diversos ex-senadores e membros da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos ouviram depoimentos de especialistas e testemunhas entre os dias 29 de abril e 3 de maio.
Paul Hellyer é um conhecido defensor da existência de extraterrestres. Em 2005, eledeclarou abertamente que acredita em UFOs (objetos voadores não identificados), o que gerou grande repercussão no Canadá. Como ministro da Defesa Nacional canadense, em 1963, Hellyer foi responsável pela controversa integração entre o Comando Marítimo das Forças (Marinha), o Comando das Forças Terrestres Canadenses (Exército) e a Força Aérea Real do Canadá (Aeronáutica) em uma única organização: as Forças Armadas Canadenses.
Hellyer é o mais antigo membro do Conselho Privado da Rainha para o Canadá – que funciona como uma espécie de gabinete ministerial na monarquia constitucional do país. Ele afirma que passou a acreditar em óvnis quando teve uma experiência com sua mulher e amigos durante uma noite. Apesar de não ter levado muito em consideração quando viu o UFO, segundo seu relato, ele disse que manteve a cabeça aberta e passou a tratar o assunto – pelo qual se interessou há cerca de 10 anos – com seriedade.
“UFOs são tão reais quanto os aviões que voam sobre as nossas cabeças”, afirmou o político canadense no segundo dia de audiência (confira aqui o vídeo, em inglês). Ele fez parte de um grupo de 40 pesquisadores internacionais e testemunhas – entre militares e cientistas – que testemunharam suas experiências extraterrestres diante de seis ex-membros do Congresso americano na audiência pública não governamental encerrada na semana passada.
O ex-ministro da Defesa canadense afirmou ainda que investigações apontaram a existência de “pelo menos quatro espécies (extraterrestres) que têm visitado a Terra há milhares de anos” – com o que ele concorda. Houve também declarações sobre como diversos presidentes dos Estados Unidos demonstraram grande interesse sobre óvnis e, em alguns casos, tentaram sem sucesso obter informações específicas sobre a veracidade de casos extraterrestres.
Fonte: http://www.pragmatismopolitico.com.br/2013/05/ha-ets-vivos-na-terra-trabalhando-para-os-eua-diz-ex-ministro.html
Chocante: mais da metade da população mundial vive nessa região
Pode parecer absurdo, a princípio, mas a constatação é verdadeira: existem mais pessoas vivendo dentro da região destacada no mapa acima do que fora dela.
A ideia ganhou destaque na rede social Reddit graças ao usuário “valeriepieris”, que tirou ainda outras conclusões bizarras a respeito do fato: “Há mais muçulmanos (…) mais hindus (…), mais budistas dentro do círculo do que fora dele”, escreve.
Para quem não acredita, eis os cálculos:
População mundial: 7 bilhões (ou seja, é preciso que haja mais de 3,5 bilhões de pessoas na região)
China: 1,34 bi
Índia: 1,24 bi
Indonésia: 0,24 bi
Japão: 0,13 bi
Tailândia: 0,07 bi
Bangladesh: 0,15 bi
Paquistão: 0,18 bi
Malásia: 0,03 bi
Filipinas: 0,094 bi
Coreia do Sul: 0,05 bi
Total: 3,524 bi
Chega a ser curioso que uma representação tão simples possa gerar infindáveis discussões sobre densidade populacional, “expansão” da humanidade, condições de vida de quem mora na região…
Governo dos EUA já tem internet quântica

A notícia vem do Laboratório Nacional de Los Alamos, que desenvolveu as bombas atômicas dos EUA – e, agora, informa que já possui uma espécie de internet quântica há mais de 2 anos.
Trata-se de uma rede de computadores que utiliza certas propriedades da física quântica
para transportar dados de maneira instantânea.
A rede quântica usa pares de fótons (partículas de luz) emaranhados, que têm uma característica notável: se você alterar um deles, o outro se modifica instantaneamente, mesmo se os fótons estiverem a quilômetros de distância, e não houver contato ‘físico’ entre eles. Ou seja: manipulando esses fótons, você consegue transmitir informação quanticamente – da mesma forma que, hoje, as redes tradicionais manipulam elétrons para transmitir informação. Com a diferença de que a transmissão quântica é instantânea. É um teletransporte de dados.
A computação quântica é interessante porque, no futuro, poderá dar origem a redes de altíssima capacidade, incalculavelmente mais rápidas que a internet. Essa tecnologia já é dominada por alguns laboratórios e empresas (já existe até um computador quântico produzido comercialmente, que pode ser comprado por US$ 10 milhões), mas os pesquisadores de Los Alamos foram os primeiros a conseguir montar uma rede com ela.
Fé e política não se misturam, diz professora de Direito Constitucional
Postado em: 6 mai 2013 às 16:53
O debate público não comporta o pensamento religioso, pois questões de convicção pessoal não podem servir como baliza para decisões que envolvem toda uma sociedade — que inclui também ateus, agnósticos e pessoas das mais diversas religiões
O Brasil é um Estado laico. Assim como a maioria dos países do mundo, não tem uma religião oficial e garante constitucionalmente a liberdade de credo para todos os seus cidadãos. Entretanto, desde 1891 — quando o catolicismo deixou de ser a religião oficial do país — as instituições religiosas participam do debate público, em certos casos fundamentando inúmeras posições com base na fé e na doutrina. Com a bancada evangélica nos holofotes, o tema voltou a ganhar relevância no espaço público.
Na opinião da professora de Direito Constitucional da UFPR Vera Karam de Chueiri (na foto abaixo), o debate público não comporta o pensamento religioso, pois questões de convicção pessoal não podem servir como baliza para decisões que envolvem toda uma sociedade — que inclui também ateus, agnósticos e pessoas das mais diversas religiões. “O argumento religioso não pode entrar no debate público. As razões sempre devem ser de ordem pública, e não individual”, resume.
Já para o doutor em Direito pela Universidade Mackenzie Ives Gandra Martins, a laicidade do Estado não significa a ausência da religião no espaço público. “O Estado laico não é um estado ateu. O Estado laico é apenas um Estado em que as decisões políticas não dependem de qualquer igreja, mas onde quem tem religião tem todo o direito de exercer sua cidadania”, afirma.
Gandra defende que, para quem tem uma religião, é impossível dissociar convicções religiosas de convicções não religiosas.
Portanto, o argumento calcado na fé teria tanta legitimidade quanto um argumento baseado em uma ideologia ou visão de mundo leiga. “Os que acreditam em Deus defendem seus pontos de vista, certamente influenciados por seus valores, e os que não acreditam são influenciados por suas convicções pessoais. O debate não pode impedir que aqueles que tenham religião opinem sobre os interesses da cidadania”, afirma.
Crença religiosa é do interesse individual e, por isso, não deve imobilizar a ordem pública. Professora Vera Karam diz que convicções pessoais não podem ser parâmetros para sociedade (Foto: Reprodução)
A discussão sobre o Estado laico ganhou força nos últimos anos, uma vez que diversos temas na agenda pública brasileira têm colocado em lados opostos igrejas – especialmente as evangélicas – e segmentos sociais leigos. Um exemplo recente é a PEC que torna instituições religiosas aptas para contestar a constitucionalidade de leis no Supremo Tribunal Federal. A eleição do deputado e pastor Marco Feliciano (PSC-SP) para a presidência da Comissão de direitos Humanos da Câmara é outro fato que levantou a questão. A legislação referente à homossexualidade e ao aborto também são pontos de crise entre os segmentos.
Seguem alguns exemplos, atuais e antigos, dessa relação, às vezes conturbada, entre igrejas e o Estado laico:
Direitos LGBT
A questão LGBT é, atualmente, um dos principais pontos de atrito entre os que defendem a laicidade do Estado e a religião – as polêmicas envolvendo o deputado federal Marco Feliciano (PSC-SP) são apenas a ponta do iceberg. A união entre pessoas do mesmo sexo, em âmbito civil, e a possibilidade de esses casais adotarem crianças, são criticadas de forma veemente por instituições religiosas, com o argumento de que esse seria um risco para a instituição familiar – esse debate ocorre também em democracias mais antigas e tradicionais, como a França. O Projeto de Lei 122, que torna a homofobia um crime de ódio (assim como já é para o racismo e a xenofobia), também recebe a oposição de parlamentares evangélicos. Para eles, nesse caso, o Estado passa a interferir na liberdade de culto.Leia também
Na última semana, um projeto que permite a “cura” de homossexuais, apresentado por um deputado evangélico, foi colocado na pauta da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara. A Organização Mundial da Saúde (OMS) não considera a homossexualidade uma doença desde 1993. É um outro exemplo da moral religiosa interferindo em uma questão pública.
Símbolos religiosos
Apesar de o Estado ser laico, é comum ver crucifixos e outros símbolos religiosos em vários órgãos públicos — e, apesar de muitas vezes esses símbolos passarem despercebidos, eles não deixam de causar polêmica. No ano passado, o Ministério Público Federal pediu a retirada da frase “Deus seja louvado” de novas cédulas de real, alegando que ela feria a separação entre igreja e Estado. O pedido gerou reações exaltadas de ambos os lados. A ironia é que a própria Constituição brasileira evoca a proteção de Deus, em seu preâmbulo. Na França, a polêmica foi ainda maior — especialmente com os muçulmanos. Em 2004, uma lei proibiu o uso de símbolos religiosos em escolas, mesmo quando usados pelos próprios alunos.
Divórcio
Essa é uma polêmica já superada, mas que, por dnovoécadas, acirrou os ânimos dos brasileiros. Pela ótica laica, a institucionalização do divórcio era apenas a confirmação legal de algo que já existia na sociedade civil — casais já se separavam e encontravam s parceiros, independentemente da lei, assim como há muito tempo casais gays vivem juntos. Entretanto, esse ato contrariava — e até hoje contraria — a doutrina da Igreja Católica, que se opôs radicalmente ao projeto. As tentativas de se legalizar o divórcio vêm do século 19, mas apenas em 1977 o divórcio foi instituído, por uma margem estreita de votos. Hoje, é visto com naturalidade pela maioria da população brasileira.
PEC das Igrejas
A PEC 99/10, de autoria do deputado evangélico João Campos (PSDB-GO), inclui entidades religiosas de âmbito nacional entre os entes aptos a contestar a constitucionalidade de leis no STF. Hoje, as organizações de classes e federações sindicais já podem fazer isso assim — como representantes dos três poderes, em nível estadual e federal. Para muitos, isso significa uma interferência direta da religião na vida pública, incompatível com a existência do Estado laico. Já outros veem a PEC como uma ampliação da cidadania, permitindo mais entidades representativas na sociedade de participar da democracia. De qualquer forma, essa interferência já ocorria de forma indireta. Por exemplo: quando era procurador-geral da República, Cláudio Fonteles, católico, questionou a constitucionalidade das pesquisas com células-tronco embrionárias após pedido da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).
Aborto
O debate sobre a descriminalização do aborto é encarado com lógicas diferentes entre seus defensores e críticos. Pela lógica da maioria das igrejas, trata-se de uma questão metafísica: a partir de qual momento começa a vida? Pela doutrina cristã, a vida começa a partir da fecundação – logo, o aborto pode ser considerado o equivalente a um assassinato. A ciência não estabelece um ponto exato, mas é comum considerar a formação do tecido nervoso como um ponto inicial. Independentemente disso, quem defende a descriminalização argumenta que a proibição não resulta em uma redução do caso de abortos e causa a morte de milhares de mulheres em todo o país.
Chico Marés, Gazeta do Povo
Em Bangladesch, muçulmanos pedem pena de morte para ateus
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Ativistas gritavam palavras de ordem como 'ateus devem ser enforcados' |
O protesto foi convocado pelo grupo fundamentalista Hefatjat-e-Islam. Houve confrontos. Os ativistas jogaram pedras em policiais, que reagiram com gás lacrimogênio e disparo de balas de borracha.
Os manifestantes usaram explosivos caseiros para incendiar cerca de 30 veículos. Três pessoas morreram e pelo menos 45 ficaram feridas, de acordo com informações oficiais.
Os ativistas percorreram pelo menos seis grandes avenidas, fechando parte do comércio. Eles gritavam palavras de ordem como “Um ponto, uma exigência: ateus devem ser enforcados!” e “Deus é o maior!”.
Os seguidores do Hefatjat-e-Islam têm estado exaltados por causa das postagens anônimas de ateus na internet.
Neste ano, é a segunda manifestação dos fundamentalistas reivindicando morte aos ateus. Em fevereiro, o blogueiro ateu Ahmed Rajib foi assassinado a facadas por supostos fundamentalistas.
Bangladesh é um país asiático com 154 milhões de habitantes — a maioria é muçulmana, mas o regime de governo é democracia parlamentar laica.
Autoridades governamentais têm rejeitado as pressões dos muçulmanos fanáticos para a aprovação de uma lei da blasfêmia com o argumento de que a legislação do país é liberal secular.
Leia mais em http://www.paulopes.com.br/2013/05/em-bangladesch-muculmanos-pedem-pena-de-morte-para-ateus.html#ixzz2SYRIpaOY
Teoria do Caos
Creio que todos já devem ter ouvido falar do “efeito borboleta”, e da célebre frase que diz que um bater de asas de uma borboleta aqui, pode provocar um tufão do outro lado do mundo.
Digamos que tudo começou quando Edward Lorenz, em 1961, estudava um modelo simples de convecção de um fluído (parte de um estudo sobre previsibilidade meteorológica), descobriu algo que à primeira vista poderia indicar falta de engenho de si próprio para conseguir chegar a uma resposta mais satisfatória, que não esta: era impossível prever o comportamento deste sistema!
(Quem desconhecer cálculo diferencial, passe à frente desta parte a vermelho.)
O Modelo de Lorenz (agora conhecido por este nome, por razões óbvias) pode-se resumir ao seguinte sistema não linear de 1ª ordem:

Proponho-vos que não tentem resolver à mão, mas se dispuserem de um programa de simulação matemática (Matlab, ou Mathematica, por exemplo), poderão representar graficamente a dependência entre estas variáveis:

(Com σ=10, b=8/3 e r=60.)
Foi a partir de uma imagem semelhante a esta, que Lorenz apresentou pela primeira vez a “borboleta”.
Mas porquê que Lorenz afirmou que este sistema era impossível de prever? Como se pode confirmar facilmente a partir de meios computacionais, uma ínfima alteração nas condições iniciais do sistema, significam uma alteração total nas soluções deste a médio/ longo prazo. Ou seja, para se conseguir ter uma previsão com 100% de certeza, seria necessário uma precisão infinita na medição das grandezas implicadas, algo, que como sabem é impossível, visto que todos os aparelhos de medição têm sempre um erro associado, (para não falar que o Principio da Incerteza de Heisenberg também não o permite).
Daqui surgiu o conceito de caos.
Para não pensarem que por causa deste último argumento, a teoria se torna totalmente inútil:
“Em 19 de Fevereiro de 1998, computadores do sistema de previsão de tempestades tropicais dos Estados Unidos diagnosticaram a formação de uma tempestade tropical sobre Louisiana em três dias. Sobre o Oceano Pacífico um meteorologista daquela agência descobriu que havia uma pequena diferença nas medições executadas, e que estas poderiam prever uma pequena diferença no deslocamento das massas de ar. A diferença foi detectada através de uma movimentação do ar em maior velocidade na região do Alasca. Em função das diferenças, houve uma realimentação de dados nos computadores, estes refazendo os cálculos previram que a formação da tempestade tropical em Lousiana não ocorreria, mas haveria sim a formação de um tornado de proporções gigantescas em Orlando, na Flórida, o que realmente ocorreu em 22 de Fevereiro de 1998.”
Recapitulemos, portanto, de que se trata a Teoria do Caos – esta teoria tenta explicar fenómenos que “naturalmente” classificaríamos de casuais, mas que na verdade podem ser testados, verificados e simulados, apesar da sua previsão ser um pouco fortuita por si própria (como o caso descrito em cima). Os casos mais conhecidos da sua aplicação são em fenómenos meteorológicos, como já referido, variações na bolsa, crescimento de populações (tendo um habitat limitado), sismologia – movimento das placas tectónicas, entre outros. Em todos eles o “aleatório” é feito de uma multiplicidade de possíveis acontecimentos, estando estes constantemente a mudar e, por isso, podendo provocar efeitos diversos. (Matematicamente são sistemas dinâmicos não-lineares).
Talvez de um modo paradoxal, ou lógico, dependendo da perspectiva, estes sistemas caóticos, como o descrito pelas equações de Lorenz, tendem para uma “trajectória” fixa, quando observamos em simultâneo todas as variáveis (três, no caso do sistema de Lorenz). A isto se chama um atractor estranho, pois as “trajectórias” das variáveis são atraídas para uma só, mas de um modo “estranho”, porque se se observar apenas o comportamento de uma variável ao longo do tempo, parece que esta se comporta de forma aleatória.
O que é um atractor?
Um atractor é o que normalmente se observa num sistema não caótico: independentemente das condições iniciais do sistema, as finais serão sempre as mesmas, podendo-se portanto prevê-las com 100% de certeza. Consideremos por exemplo um pêndulo: independentemente da altura com que o larguemos, ele tenderá inevitavelmente para a posição de equilíbrio, acabando por parar nela (tende para este ponto de uma forma também bem definida, através de oscilações de amplitude sucessivamente menor, devido à resistência do ar). No caso do sistema caótico, também existe um atractor (estranho), mas este só é visível no chamado “espaço de fase”, que caracteriza o comportamento das variáveis não em função do tempo, mas em função das outras variáveis presentes. (No gráfico de cima, tem-se o ‘x’ em função de ‘z’, que são duas variáveis do sistema, sendo possível observar parte do padrão que é visível quando consideradas as três variáveis em simultâneo num gráfico 3D.)
Agora já devem estar a perceber porquê que falava eu em paradoxo: apesar de o sistema ter uma previsibilidade (quase) nula “ponto a ponto”, quando se analisa o problema no seu número total de dimensões (3, no caso do sistema de Lorenz, sendo que 3 é o número mínimo de dimensões que o sistema tem que ter para ter caos), este parece ser determinístico e não aleatório. Em termos práticos, o problema está muitas vezes em conseguir analisar em simultâneo todas as “dimensões”, além de, como referido, haver a limitação na precisão das medidas.
Associado a tudo isto estão os famosos fractais (mesmo que desconheçam a palavra, certamente que já tiveram oportunidade de os apreciar).
Nos atractores estranhos, no seu detalhe gráfico, pode ser visualizada uma auto-similaridade, ou seja, é um objecto geométrico que sendo dividido em partes, cada uma delas é igual à original, o que não é mais que a definição de fractal.
Os fractais são muito comuns na natureza, como podem comprovar se tiverem em atenção certos padrões em folhas de plantas, flores, certos fungos, etc.. Aliás, até uma floresta é um fractal – ainda que uma pequena parte desta não seja exactamente igual a uma grande porção “visualmente”, a verdade é que tem a mesma característica matemática que define o fractal (dimensão fractal).
Uma planta: Brócoli Fractal

Deixo-vos ainda outros exemplos
Conjunto de Mandelbrot

Outros obtidos computacionalmente:


Aplicações da Teoria
Na Matemática, esta teoria abriu um novo campo de estudo de sistemas de equações não-lineares. Veio também revolucionar o estudo estatístico. Os fractais abriram também novos horizontes na Matemática computacional, tendo trazido uma nova forma intuitiva de olhar para o conceito abstracto de infinito. De certo modo, o estudo de fractais deu início à “verdadeira” Matemática computacional, a Matemática que não tem solução analítica.
Na Física, conceitos como entropia (medida da desordem de um universo) puderam ser desenvolvidos, tendo também havido progressos em Mecânica Quântica, nomeadamente no Princípio da Incerteza de Heisenberg. O próprio conceito de Caos tem potencial para ser encontrado em cada vez mais sistemas físicos, pois os sistemas não-lineares são cada vez mais matéria de intenso estudo em Física.
Mas porquê que Lorenz afirmou que este sistema era impossível de prever? Como se pode confirmar facilmente a partir de meios computacionais, uma ínfima alteração nas condições iniciais do sistema, significam uma alteração total nas soluções deste a médio/ longo prazo. Ou seja, para se conseguir ter uma previsão com 100% de certeza, seria necessário uma precisão infinita na medição das grandezas implicadas, algo, que como sabem é impossível, visto que todos os aparelhos de medição têm sempre um erro associado, (para não falar que o Principio da Incerteza de Heisenberg também não o permite).
Daqui surgiu o conceito de caos.
Para não pensarem que por causa deste último argumento, a teoria se torna totalmente inútil:
“Em 19 de Fevereiro de 1998, computadores do sistema de previsão de tempestades tropicais dos Estados Unidos diagnosticaram a formação de uma tempestade tropical sobre Louisiana em três dias. Sobre o Oceano Pacífico um meteorologista daquela agência descobriu que havia uma pequena diferença nas medições executadas, e que estas poderiam prever uma pequena diferença no deslocamento das massas de ar. A diferença foi detectada através de uma movimentação do ar em maior velocidade na região do Alasca. Em função das diferenças, houve uma realimentação de dados nos computadores, estes refazendo os cálculos previram que a formação da tempestade tropical em Lousiana não ocorreria, mas haveria sim a formação de um tornado de proporções gigantescas em Orlando, na Flórida, o que realmente ocorreu em 22 de Fevereiro de 1998.”
Recapitulemos, portanto, de que se trata a Teoria do Caos – esta teoria tenta explicar fenómenos que “naturalmente” classificaríamos de casuais, mas que na verdade podem ser testados, verificados e simulados, apesar da sua previsão ser um pouco fortuita por si própria (como o caso descrito em cima). Os casos mais conhecidos da sua aplicação são em fenómenos meteorológicos, como já referido, variações na bolsa, crescimento de populações (tendo um habitat limitado), sismologia – movimento das placas tectónicas, entre outros. Em todos eles o “aleatório” é feito de uma multiplicidade de possíveis acontecimentos, estando estes constantemente a mudar e, por isso, podendo provocar efeitos diversos. (Matematicamente são sistemas dinâmicos não-lineares).
Talvez de um modo paradoxal, ou lógico, dependendo da perspectiva, estes sistemas caóticos, como o descrito pelas equações de Lorenz, tendem para uma “trajectória” fixa, quando observamos em simultâneo todas as variáveis (três, no caso do sistema de Lorenz). A isto se chama um atractor estranho, pois as “trajectórias” das variáveis são atraídas para uma só, mas de um modo “estranho”, porque se se observar apenas o comportamento de uma variável ao longo do tempo, parece que esta se comporta de forma aleatória.
O que é um atractor?
Um atractor é o que normalmente se observa num sistema não caótico: independentemente das condições iniciais do sistema, as finais serão sempre as mesmas, podendo-se portanto prevê-las com 100% de certeza. Consideremos por exemplo um pêndulo: independentemente da altura com que o larguemos, ele tenderá inevitavelmente para a posição de equilíbrio, acabando por parar nela (tende para este ponto de uma forma também bem definida, através de oscilações de amplitude sucessivamente menor, devido à resistência do ar). No caso do sistema caótico, também existe um atractor (estranho), mas este só é visível no chamado “espaço de fase”, que caracteriza o comportamento das variáveis não em função do tempo, mas em função das outras variáveis presentes. (No gráfico de cima, tem-se o ‘x’ em função de ‘z’, que são duas variáveis do sistema, sendo possível observar parte do padrão que é visível quando consideradas as três variáveis em simultâneo num gráfico 3D.)
Agora já devem estar a perceber porquê que falava eu em paradoxo: apesar de o sistema ter uma previsibilidade (quase) nula “ponto a ponto”, quando se analisa o problema no seu número total de dimensões (3, no caso do sistema de Lorenz, sendo que 3 é o número mínimo de dimensões que o sistema tem que ter para ter caos), este parece ser determinístico e não aleatório. Em termos práticos, o problema está muitas vezes em conseguir analisar em simultâneo todas as “dimensões”, além de, como referido, haver a limitação na precisão das medidas.
Associado a tudo isto estão os famosos fractais (mesmo que desconheçam a palavra, certamente que já tiveram oportunidade de os apreciar).
Nos atractores estranhos, no seu detalhe gráfico, pode ser visualizada uma auto-similaridade, ou seja, é um objecto geométrico que sendo dividido em partes, cada uma delas é igual à original, o que não é mais que a definição de fractal.
Os fractais são muito comuns na natureza, como podem comprovar se tiverem em atenção certos padrões em folhas de plantas, flores, certos fungos, etc.. Aliás, até uma floresta é um fractal – ainda que uma pequena parte desta não seja exactamente igual a uma grande porção “visualmente”, a verdade é que tem a mesma característica matemática que define o fractal (dimensão fractal).
Uma planta: Brócoli Fractal

Conjunto de Mandelbrot

Outros obtidos computacionalmente:


Aplicações da Teoria
Na Matemática, esta teoria abriu um novo campo de estudo de sistemas de equações não-lineares. Veio também revolucionar o estudo estatístico. Os fractais abriram também novos horizontes na Matemática computacional, tendo trazido uma nova forma intuitiva de olhar para o conceito abstracto de infinito. De certo modo, o estudo de fractais deu início à “verdadeira” Matemática computacional, a Matemática que não tem solução analítica.
Na Física, conceitos como entropia (medida da desordem de um universo) puderam ser desenvolvidos, tendo também havido progressos em Mecânica Quântica, nomeadamente no Princípio da Incerteza de Heisenberg. O próprio conceito de Caos tem potencial para ser encontrado em cada vez mais sistemas físicos, pois os sistemas não-lineares são cada vez mais matéria de intenso estudo em Física.
Em Astronomia não faltam sistemas caóticos, sendo o sistema solar um exemplo, contendo dentro dele vários exemplos: porquê que na cintura de asteróides entre Marte e Júpiter nunca se formou ali um planeta com esses asteróides? A teoria do Caos está intimamente relacionada com a resposta. De facto, basta a existência de três corpos a interagirem entre si para que o Caos possa aparecer.
Na Biologia tem-se usado esta teoria para fazer previsões em relação à evolução genética que se verificará na Terra. (Muito provavelmente já viram na televisão programas sobre espécies futuras que habitarão a Terra, pois bem, estas previsões fazem-se com base em Teoria do Caos.)
Na Sismologia, embora a Teoria do Caos, como já referido, não ofereça a possibilidade da previsão de sismos, devido à pouca precisão dos instrumentos que dispomos, tem permitido a cartografia de falhas sísmicas, através do estudo da distribuição caótica da localização e intensidade dos sismos.
Na Medicina, com base nesta teoria descobriu-se que o bater do coração é também um fractal, em que se houver uma pequena fuga ao fractal, o bater deixa de ser perfeitamente periódico, o que deverá significar que o paciente deva estar com insuficiência cardíaca. (Muitos outros exemplos são expectáveis de ser encontrados, bastará certamente que se esteja à procura de Caos.)
Em Ciências Humanas e Ciências Políticas tem-se usado a teoria para tentar prever o comportamento de multidões.
Na Economia, como já referido anteriormente, a Teoria do Caos permite estudar o evoluir dos valores na bolsa: embora a longo prazo as taxas possam parecer evoluir de um modo totalmente aleatório, tal não é verdade (volto a sublinhar que um processo caótico é estritamente diferente de um processo aleatório); por outro lado, analisando detalhadamente a curto prazo, é possível vislumbrar indícios de fractais na evolução da bolsa. (Em 1997, dois americanos receberam o Prémio Nobel da Economia por terem conseguido desenvolver uma fórmula que permite prever aplicações financeiras, com base, claro está, na Teoria do Caos.)
Na Linguística, a evolução dos dialectos tem sido estudada com base na Teoria do Caos.
Na Arte, as influências estéticas são ainda difíceis de determinar, tal é a ruptura com os padrões clássicos que estas descobertas potenciam. A geometria fractal revolucionou o realismo visual, sendo usada na criação de imagens espectaculares e de mundos bizarros para jogos, animações e filmes, com detalhe variável de acordo com a escala, evitando a pixelização. E é impossível determinar os avanços que os meios computacionais cada vez mais potentes auguram.
No Cinema, a aplicação de uma metodologia que envolve fractais tem revolucionado os filmes de ficção científica, dando-lhes muito mais realismo, uma vez que computacionalmente já é possível desenvolver cenários “do nada”, ou melhor, da Matemática fractal. Um bom exemplo disto está no filme Avatar, em que os cenários, como é óbvio, foram todos criados computacionalmente (ainda que certas partes possam ser composições do real com o “criado”).
Marinho Lopes (colaborador do Ciência com Todos e doutorando em Física na U. de Aveiro) - texto primeiramente publicado no Blog do autor: Sophia of Nature.
Ver original em: http://sophiaofnature.wordpress.com/2011/04/25/teoria-do-caos/
Ler mais: http://cienciapatodos.webnode.pt/news/teoria-do-caos/
Na Biologia tem-se usado esta teoria para fazer previsões em relação à evolução genética que se verificará na Terra. (Muito provavelmente já viram na televisão programas sobre espécies futuras que habitarão a Terra, pois bem, estas previsões fazem-se com base em Teoria do Caos.)
Na Sismologia, embora a Teoria do Caos, como já referido, não ofereça a possibilidade da previsão de sismos, devido à pouca precisão dos instrumentos que dispomos, tem permitido a cartografia de falhas sísmicas, através do estudo da distribuição caótica da localização e intensidade dos sismos.
Na Medicina, com base nesta teoria descobriu-se que o bater do coração é também um fractal, em que se houver uma pequena fuga ao fractal, o bater deixa de ser perfeitamente periódico, o que deverá significar que o paciente deva estar com insuficiência cardíaca. (Muitos outros exemplos são expectáveis de ser encontrados, bastará certamente que se esteja à procura de Caos.)
Em Ciências Humanas e Ciências Políticas tem-se usado a teoria para tentar prever o comportamento de multidões.
Na Economia, como já referido anteriormente, a Teoria do Caos permite estudar o evoluir dos valores na bolsa: embora a longo prazo as taxas possam parecer evoluir de um modo totalmente aleatório, tal não é verdade (volto a sublinhar que um processo caótico é estritamente diferente de um processo aleatório); por outro lado, analisando detalhadamente a curto prazo, é possível vislumbrar indícios de fractais na evolução da bolsa. (Em 1997, dois americanos receberam o Prémio Nobel da Economia por terem conseguido desenvolver uma fórmula que permite prever aplicações financeiras, com base, claro está, na Teoria do Caos.)
Na Linguística, a evolução dos dialectos tem sido estudada com base na Teoria do Caos.
Na Arte, as influências estéticas são ainda difíceis de determinar, tal é a ruptura com os padrões clássicos que estas descobertas potenciam. A geometria fractal revolucionou o realismo visual, sendo usada na criação de imagens espectaculares e de mundos bizarros para jogos, animações e filmes, com detalhe variável de acordo com a escala, evitando a pixelização. E é impossível determinar os avanços que os meios computacionais cada vez mais potentes auguram.
No Cinema, a aplicação de uma metodologia que envolve fractais tem revolucionado os filmes de ficção científica, dando-lhes muito mais realismo, uma vez que computacionalmente já é possível desenvolver cenários “do nada”, ou melhor, da Matemática fractal. Um bom exemplo disto está no filme Avatar, em que os cenários, como é óbvio, foram todos criados computacionalmente (ainda que certas partes possam ser composições do real com o “criado”).
Marinho Lopes (colaborador do Ciência com Todos e doutorando em Física na U. de Aveiro) - texto primeiramente publicado no Blog do autor: Sophia of Nature.
Ver original em: http://sophiaofnature.wordpress.com/2011/04/25/teoria-do-caos/
Ler mais: http://cienciapatodos.webnode.pt/news/teoria-do-caos/
Sentinela das trevas cósmicas
Superradiotelescópio inaugurado no Chile procura as primeiras estrelas do Universo frio, escuro e distante
MARCOS PIVETTA | Edição 206 - Abril de 2013
© ALMA/C. PADILLA

Antenas do Alma no platô Chajnantor:
operação conjunta como se fossem um
superradiotelescópio de 16 quilômetros
operação conjunta como se fossem um
superradiotelescópio de 16 quilômetros
De San Pedro de Atacama – Situado a pouco mais de 5 mil metros de altitude, a cerca de uma hora da localidade turística de San Pedro de Atacama, no norte do Chile, o platô de Chajnantor se tornou palco do maior projeto de observação astronômica construído pelo homem em terra firme. Nesse ponto elevado do deserto mais seco do planeta, onde o céu quase não tem nuvens e a média anual de chuvas é menos de 100 milímetros, o Atacama Large Millimeter/submillimeter Array (Alma) foi oficialmente inaugurado no dia 13 de março. “O Alma é um radiotelescópio que nos permitirá dar um zoom em objetos do Universo frio e distante, com uma sensibilidade de 10 a 100 vezes maior do que a que temos disponível hoje”, afirmou o holandês Thijs de Graauw, diretor do observatório, que deixa o cargo em abril. A máxima resolução angular do Alma é de 0,004 segundo de arco. Isso equivale a ter, da Terra, a capacidade de distinguir um caminhão localizado na Lua.
Composto de um conjunto de 66 antenas de rádio gigantes, que podem funcionar de forma sincronizada como se fossem um único superradiotelescópio de 16 quilômetros de diâmetro, o observatório tem como objetivo principal desvendar os primórdios do Universo, entre 1 e 2 bilhões de anos depois do chamado Big Bang, a explosão que teria dado início a tudo. Após esse grande movimento de liberação de energia, o Universo se resfriou e se tornou escuro. Entrou temporariamente numa Idade das Trevas da qual começou a sair com o surgimento das primeiras estrelas, galáxias e planetas. Esse Universo frio e distante é o alvo por excelência, embora não o único, do Alma. O observatório também procurará pela presença no espaço de moléculas, como açúcar e água, que possam estar relacionadas a formas de vida. Os ciclos solares, que periodicamente provocam ejeção de grandes quantidades de massa de nossa estrela-mãe, serão ainda alvo de outras observações.
Entre planejamento e construção, o empreendimento científico nos Andes chilenos, distante cerca de 1.600 quilômetros da capital Santiago, consumiu 15 anos e US$ 1,4 bilhão. Em cooperação com o governo do Chile, a montagem do Alma foi custeada por seus três grandes sócios. A Europa investiu 37,5% do valor do projeto por meio do Observatório Europeu do Sul (ESO), do qual fazem parte 14 países do Velho Mundo mais o Brasil, que está em processo de confirmação de sua adesão à organização (ver entrevista da astrofísica Beatriz Barbuy, da Universidade de São Paulo, na página 24). Os Estados Unidos contribuíram com um montante igual ao dos europeus e sua participação é coordenada pelo Observatório Nacional de Radioastronomia (NRAO). O Japão e Taiwan entraram com 25% da verba do Alma, e o Observatório Nacional Astronômico do Japão (Naoj) organiza a participação dos asiáticos na empreitada.

Os radiotelescópios do Alma são de dois tamanhos. Há um conjunto maior, composto de 54 antenas com 12 metros de diâmetro. Cada uma dessas parabólicas pesa cerca de 100 toneladas. O segundo grupo é formado por 12 antenas com 7 metros de diâmetro. Usando técnicas de interferometria, os sinais de todos os radiotelescópios – ou de uma parte deles no caso de observações que não necessitem de dados produzidos pelo conjunto de antenas – são combinados e transformados em dados astronômicos num supercomputador instalado no Array Operations Site (AOS), uma unidade de apoio também situada no platô. Desse ponto no altiplano, as informações processadas são transmitidas para o Operations Suport Facility (OSF), um centro operacional localizado a 25 quilômetros de distância do Chajnantor, a uma altitude aproximada de 2.900 metros. Do total de antenas do projeto, 57 já estão em funcionamento no platô e outras 9 se encontram no OSF sendo preparadas para iniciar sua operação provavelmente ainda neste ano.
Inserido na peculiar geografia árida do deserto do Atacama, frequentemente usada como cenário em filmes de ficção científica que tentam reproduzir a superfície de Marte, o platô Chajnantor foi escolhido para ser a sede do observatório devido ao céu transparente e estável. A 5 mil metros, o ar é rarefeito e 40% da atmosfera terrestre se encontra abaixo dessa altitude. A presença de vapor-d’água, elemento que distorce e dificulta o registro das emissões em frequências de rádio, é apenas 5% da quantidade registrada ao nível do mar. Essas características tornam os arredores de San Pedro de Atacama um lugar extremamente favorável ao tipo de observação feita pelo Alma.
O conjunto de radiotelescópios capta a porção (invisível a olho nu) do espectro eletromagnético com comprimentos de onda entre 0,32 e 3,6 milímetros (mm). A luz nesses comprimentos de onda vem de grandes nuvens frias do espaço interestelar, onde a temperatura é apenas alguns graus acima do zero absoluto, e de algumas das mais antigas galáxias do Universo. Ela pode ser usada para estudar a composição química e a física de regiões densas em gás e poeira onde novas estrelas estão sendo formadas.

Primeiros resultados Embora tenha sido oficialmente inaugurado apenas neste ano, o Alma está produzindo dados para trabalhos científicos desde setembro de 2011, quando começou a operar com um número reduzido de antenas, em geral 16. Os primeiros estudos com dados coletados pelo superradiotelescópio começaram a ser publicados em 2012. Os resultados mais interessantes ganharam as páginas da revista Nature em 14 de março deste ano.
Uma equipe liderada por pesquisadores do Instituto de Tecnologia da Califórnia (Caltech), Estados Unidos, mediu com o Alma, no comprimento de onda ao redor de 3 mm, a distância de 26 galáxias longínquas e poeirentas, onde havia grande formação de novas estrelas, e descobriu que elas estavam mais longe e eram, portanto, mais velhas do que se pensava. “Quanto mais distante estiver uma galáxia, mais longe no tempo a estamos vendo. Por isso, ao medir distâncias, podemos reconstruir a linha cronológica de quão vigorosa é a formação estelar no Universo nas diferentes épocas da sua história de 13,7 bilhões de anos”, disse Joaquin Vieira, do Caltech, principal autor do artigo.
Os pesquisadores viram que, em média, os picos de formação estelar ocorreram 12 bilhões de anos atrás, 1 bilhão de anos mais cedo do que se supunha. Duas dessas galáxias são as mais distantes deste tipo já observadas. Tinham 12,7 bilhões de anos. Numa outra galáxia os astrofísicos detectaram moléculas de água. Segundo os autores do trabalho, essa é a evidência mais longínqua de água já identificada no Universo.
Projetos de brasileiros Zulema Abraham, do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas (IAG) da USP, foi a primeira astrofísica brasileira a usar o Alma para estudar um objeto celeste. Seu projeto disputou tempo de observação com cerca de mil propostas internacionais e foi uma das 112 iniciativas agraciadas com acesso a dados produzidos pelo observatório. Em novembro do ano passado, 23 radiotelescópios do Alma foram apontados por cerca de 20 minutos na direção da enigmática Eta Carinae, um sistema composto de duas estrelas gigantes de grande luminosidade, a maior com cerca de 90 massas solares e a menor com 30 massas solares.
Distante 7.500 anos-luz da Terra, a Eta Carinae apresenta uma espécie de apagão periódico. A cada cinco anos e meio, deixa de brilhar por aproximadamente 90 dias consecutivos em certas faixas do espectro eletromagnético. Com o Alma, Zulema mediu as emissões de rádio do sistema binário de estrelas em quatro comprimentos de onda: 3 mm, 1,3 mm, 1 mm e 454 micrômetros. Alguns desses comprimentos de onda nunca haviam sido usados para observar a estrela. “Há poucos dados sobre o ciclo da Eta Carinae nas frequências de rádio”, afirma a pesquisadora, que tenta identificar o local exato do sistema binário onde esse tipo de emissão se origina. Em janeiro e fevereiro deste ano, Zulema recebeu 15 gigabytes de informação produzidos pelo observatório nos Andes chilenos, algo como três DVDs cheios de informação. A resolução angular dos dados é impressionante, de 0,4 segundo de arco. No radiotelescópio de Itapetinga, em Atibaia, a 60 quilômetros da capital paulista, Zulema consegue observar a Eta Carinae com uma resolução máxima de 2 minutos de arco, centenas de vezes pior do que a do Alma.
A astrofísica Thaisa Storchi-Bergmann, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), também obteve tempo de observação no Alma, em trabalho conjunto com Neil Nagar, da Universidade de Concepción, Chile. O projeto, cujas observações ainda não foram feitas, consiste no mapeamento da distribuição e da cinemática de gás molecular numa região de 100 parsecs, distância equivalente a 326 anos-luz, em torno do núcleo de galáxias ativas onde um buraco negro supermassivo devora matéria ao seu redor. Trabalhos feitos por Thaisa em comprimentos de onda da luz óptica e do infravermelho mostraram a presença de estruturas espirais nessa região, que parecem ser canais para alimentar o buraco negro supermassivo. “Como onde há poeira, há gás molecular, estamos atrás da emissão de gás molecular frio, que emite nas bandas espectrais cobertas pelo Alma, para verificar se ele está de fato se movendo em direção ao núcleo”, afirma a pesquisadora gaúcha.
Além de pleitear o uso do Alma, um grupo de astrofísicos brasileiros está negociando a instalação de uma antena de 12 metros de comprimento, igual às maiores compradas pelo observatório recém-inaugurado, numa localidade dos Andes argentinos. Denominado Long Latin American Millimeter Array (Llama), o projeto prevê a construção de um pequeno observatório em San Antonio de Los Cobres, cidade localizada a 200 quilômetros de distância do platô Chajnantor. A iniciativa seria uma parceria de brasileiros e argentinos. “Nós compraríamos a antena, que custa € 6 milhões, e eles construiriam e operariam o observatório”, diz Jacques Lépine, astrofísico do IAG-USP e coordenador do Núcleo de Apoio à Pesquisa em Radioastronomia(Nara), principal articulador do Llama. Se sair do papel, a antena do projeto binacional poderá trabalhar de forma independente ou integrada ao observatório em San Pedro de Atacama. “Com o Llama, poderíamos melhorar até 10 vezes a resolução angular do Alma”, diz Lépine.
Fonte: http://revistapesquisa.fapesp.br/2013/04/12/sentinela-das-trevas-cosmicas/
Desconstrução do Mito de Jesus Cristo - Sem Cortes
Entrevista dada por Marcelo da Luz, conscienciólogo e autor, a William Klein, no Programa "Ciência e Consciência" da TV Compléxis. Tema: Onde a Religião Termina ?.
Brasil, qual é o problema?
http://www.youtube.com/watch?v=Q4XLhvuJtu0&feature=endscreen&NR=1
"É da ignorância e somente da ignorância que o homem deve ser liberto"
Fotos que chocaram o Mundo!
E=mc²
Fotos que chocaram o Mundo!
Burning Monk – The Self Immolation (1963), por Malcom Browne
Em 11 de junho de 1963, Thich Quang Duc, um monge budista do Vietnam, queimou-se até a morte em um cruzamento movimentado no centro de Saigon para chamar a atenção para as políticas repressivas do regime de Diem Católica, que controlava o governo do Vietnã do Sul na época. Enquanto queimava, ele não mexeu um músculo sequer. Essa imagem também foi capa de um disco da banda americana Rage Against the Machine.
Por Everton Frieden
Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Thich_Quang_Duc

Fotos que chocaram o Mundo!
Burning Monk – The Self Immolation (1963), por Malcom Browne
Em 11 de junho de 1963, Thich Quang Duc, um monge budista do Vietnam, queimou-se até a morte em um cruzamento movimentado no centro de Saigon para chamar a atenção para as políticas repressivas do regime de Diem Católica, que controlava o governo do Vietnã do Sul na época. Enquanto queimava, ele não mexeu um músculo sequer. Essa imagem também foi capa de um disco da banda americana Rage Against the Machine.
Por Everton Frieden
Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Thich_Quang_Duc

Luz síncrotron, o que é isso?
No momento em que o Brasil começa a construir uma das máquinas mais potentes de luz síncrotron, o físico Carlos Alberto dos Santos dedica sua coluna a contar a história e explicar os conceitos por traz desse tipo de radiação.
Por: Carlos Alberto dos Santos
http://cienciahoje.uol.com.br/colunas/do-laboratorio-para-a-fabrica/luz-sincrotron-o-que-e-isso
Projeto da Sirius, máquina de terceira geração que o Laboratório Nacional de Luz Síncrotron começou a construir em abril. Orçada em 700 milhões de reais, deverá ser usada por milhares de pesquisadores em estudos do campo. (imagem: LNLS)
Uma das principais formas de observar a natureza é por meio de radiações eletromagnéticas. Isso pode soar estranho para quem não conhece as leis da ótica, mas começa a ficar claro quando se descobre que é dessa forma que enxergamos as coisas.
A luz, que é uma radiação eletromagnética, é espalhada pelos objetos e detectada pelo nosso olho. Muda-se o tipo de radiação e o tipo de detector, mas o processo é essencialmente o mesmo. Para observar objetos microscópicos, por exemplo, podemos usar a luz como radiação e o microscópio ótico como detector, com um conjunto de lentes capaz de ampliar a imagem. No caso de objetos nanométricos, uma boa opção é a luz síncrotron, produzida em grandes máquinas que aceleram partículas.
Esse tipo de luz tem comprimento de onda variável – entre infravermelho e raios X – (Leia a coluna ‘Ligue o laser, o filme vai começar’ para mais detalhes), além de grande intensidade e alto brilho, duas propriedades importantíssimas para a obtenção de imagens em alta resolução.
O Brasil ocupa posição destacada nessa área. É o único país da América Latina a possuir uma máquina de luz síncrotron, ou simplesmente síncrotron, cuja história é um exemplo de iniciativa bem-sucedida. No mês passado, o Laboratório Nacional de Luz Síncrotron (LNLS) iniciou a construção de uma máquina de terceira geração,denominada Sirius, cuja iniciativa mereceu uma nota na Science do dia 26 de abril.

O Brasil é o único país da América Latina a contar com equipamentos geradores de luz síncrotron, instalados na cidade de Campinas, SP. Ali se encontra o Laboratório Nacional de Luz Síncrotron, projetado em 1983 e inaugurado em 1997. (foto: Wikimedia Commons)
Surpreso em encontrar apenas três textos sobre a luz síncrotron nos arquivos digitais da Ciência Hoje, e nenhum com uma descrição dos conceitos básicos dessa radiação e de suas aplicações, achei por bem dedicar-lhe a coluna deste mês, a título de comemoração do início das obras da Sirius.
Panorama histórico
A base teórica da radiação síncrotron foi estabelecida logo depois que o físico britânico Sir Joseph John Thomson descobriu o elétron, em 1897. Naquele mesmo ano, o irlandês Sir Joseph Larmor mostrou que uma partícula acelerada irradia energia na forma de ondas eletromagnéticas.
No ano seguinte, o físico e engenheiro francês Alfred-Marie Liénard generalizou a fórmula de Larmor para o caso relativístico, ou seja, quando a partícula se desloca com velocidade próxima à da luz.
A base teórica da radiação síncrotron foi estabelecida logo depois que o físico britânico Sir Joseph John Thomson descobriu o elétron, em 1897
Em 1906, o matemático britânico George Augustus Schott deu continuidade aos trabalhos de Larmor e Liénard e desenvolveu uma teoria clássica da irradiação de partículas carregadas aceleradas, no contexto do modelo atômico clássico, em que os elétrons se movem em círculos, mas compensam a tendência à irradiação por meio de diversos mecanismos.
Nos anos seguintes ele publicou oito artigos sobre o assunto, culminando com a publicação do livro Radiação eletromagnética, em 1912. Esse foi também o período dos experimentos do cientista neozelandês Ernest Rutherford, que resultaram na descoberta do núcleo atômico e inspiraram o modelo do físico dinamarquês Niels Bohr, publicado em 1913, há exatamente um século, e que deu início à teoria quântica.
Para fugir de contradições no seu modelo, Bohr postulou que os elétrons que giram em torno do núcleo atômico, e estão, portanto, acelerados por uma força centrípeta, não irradiam, como prevê a teoria clássica e o modelo de Schott. Isso foi um banho de água fria nos estudos sobre irradiação de energia por partículas carregadas aceleradas, e Schott permaneceu um ferrenho opositor da teoria quântica.

Niels Bohr e seu modelo para o átomo de bário. Há exatamente um século, o físico dinamarquês publicava o modelo atômico que deu início à teoria quântica, fundamental para a descoberta da luz síncrotron. (imagens: Wikimedia Commons)
Aparentemente ninguém se interessou em investigar essa questão, até o ano de 1935, quando cientistas e engenheiros se viam às voltas com a perda de energia das partículas nos aceleradores que começavam a ser fabricados, sobretudo naqueles do tipo betatron e cíclotron.
Em ambos os modelos, as partículas são aceleradas ao longo de círculos, e esse movimento circular é produzido por um campo magnético externo, perpendicular à velocidade das partículas. Inicialmente essas máquinas foram concebidas para acelerar elétrons, prótons e outras partículas em experimentos de física nuclear, de modo que a perda de energia das partículas por causa da irradiação eletromagnética era um fenômeno deletério para os propósitos da pesquisa.
No caso do betatron, cálculos sugeriam que a perda de energia por irradiação limitava em 0,5 GeV (gigaeletronvolt, um bilhão de eletronvolt) a energia máxima das partículas.
Nos cíclotrons, a limitação da energia máxima também tinha a ver com o fato de as partículas serem aceleradas, a cada volta, por um sistema de radiofrequência (RF). Nesse caso, a frequência do sistema acelerador tinha que ser a mesma da partícula em seu movimento circular. Ou seja, a partícula tinha que chegar ao ponto onde se encontrava a RF no momento em que esta estivesse sendo ativada.
O problema é que em altas energias – nos casos relativísticos –, em que a massa da partícula aumenta, a frequência do movimento passa a ser diretamente proporcional ao campo magnético e inversamente proporcional ao valor da energia. Portanto, no caso de um campo magnético constante, cada vez que aumenta a energia, diminui a frequência, e a partícula chega atrasada no ponto de aceleração. Ou seja, a RF dispara antes de a partícula chegar.
Existem duas alternativas para solucionar esse problema. A primeira é aumentar o campo magnético com o tempo, de modo a deixar a frequência do movimento igual à frequência do sistema acelerador. Essa alternativa originou o síncrotron. A outra, que deu origem ao sincrocíclotron, é variar a frequência do sistema acelerador.
Observado pela primeira vez há exatamente 66 anos, o brilhante feixe de luz branca recebeu o nome de luz síncrotron
Em 1946, pesquisadores da General Electric começaram a construir um pequeno síncrotron, com diâmetro aproximado de 60 centímetros (as máquinas em uso atualmente são do tamanho de um campo de futebol, ou maior), e, por sorte, deixaram uma janela de vidro no tubo por onde circulavam os elétrons.
No dia 24 de abril de 1947, eles estavam fazendo alguns testes quando o equipamento apresentou falhas intermitentes. Começaram a ligar e desligar, a verificar o funcionamento da máquina, e, de repente, viram pela janela um brilhante feixe de luz branca. Observada pela primeira vez há exatamente 66 anos, recebeu o nome de luz síncrotron.
Modo de funcionamento
Toda essa história tem duas conexões interessantes com o Brasil. A primeira, que está na ordem do dia, é o início da fabricação da Sirius, a máquina síncrotron de terceira geração já mencionada.
A outra conexão nos remete a 1952, quando o CNPq adquiriu um pequeno sincrocíclotron da Universidade de Chicago, que foi instalado em Niterói, mas jamais chegou a ser usado em pesquisa científica ou tecnológica – parte dessa história está contada aqui. Foi a primeira tentativa de construção de uma grande máquina de pesquisa científica no Brasil.
Em 1952, o CNPq adquiriu um pequeno sincrocíclotron da Universidade de Chicago, que foi instalado em Niterói, mas jamais chegou a ser usado em pesquisa
Quase todas as máquinas de luz síncrotron funcionam da mesma forma. Os elétrons são extraídos de um metal aquecido em vácuo, cuja temperatura é tão alta que seus elétrons evaporam e são imediatamente acelerados até atingirem a energia aproximada de 90 mil eletronvolts (90 keV).
Esses elétrons entram num acelerador linear, conhecido como Linac, capaz de acelerar o elétron até a energia de 100 milhões de eletronvolts (100 MeV). Do Linac, os elétrons vão para o anel de aceleração (booster ring), onde ficam girando até atingirem a energia máxima projetada para a máquina.
Depois disso, são transferidos para um anel externo, conhecido como anel de armazenamento (storage ring). Nesse anel, o feixe de elétrons é capaz de ficar circulando durante mais de 20 horas, dependendo da máquina. Em volta dos dois anéis, que ficam permanentemente em alto vácuo, diferentes tipos de eletroímãs e lentes magnéticas são dispostos para providenciar o movimento circular e concentrar o feixe eletrônico. Em alguns pontos do anel acelerador são colocados sistemas aceleradores de radiofrequência.
Para a realização dos experimentos, laboratórios específicos ou estações de análise são montados em diferentes pontos em torno do anel de armazenamento. Cada laboratório tem os equipamentos adequados aos tipos de experimentos que realiza, mas todos têm um monocromador no ponto de extração da luz síncrotron para escolher o comprimento de onda apropriado para seus experimentos.
A título de ilustração, a Sirius, cujo orçamento é de aproximadamente 700 milhões de reais, produzirá feixes de elétrons com 3 bilhões de eletronvolts (3 GeV), o dobro da primeira máquina do LNLS, circulando no anel de armazenamento com aproximadamente 165 metros de diâmetro, e deverá ser usada por aproximadamente 2 mil pesquisadores por mês. O brilho do seu feixe será um dos maiores do mundo.
Veja vídeo do projeto conceitual da Sirius, a nova fonte brasileira de luz síncrotron
Como disse o químico argentino Galo Soler-Illia à revista Science, Sirius é uma estrela brilhante para a América Latina.
Carlos Alberto dos SantosProfessor-visitante sênior da Universidade Federal da Integração Latino-americana
Homúnculo cortical: como nosso cérebro vê nosso corpo
Se você olhar no espelho, verá como seu corpo se parece por fora. O homúnculo cortical, por outro lado, representa a forma como nosso cérebro vê nosso corpo a partir do interior.
Na década de 1930, o neurocirurgião Wilder Penfield operou pacientes com epilepsia. Já que tinha a sua disposição um cérebro vivo na mesa cirúrgica, ele aproveitou para “bisbilhotar” um pouco.
O médico levantou dados a fim de descobrir quais partes do córtex cerebral controlavam quais movimentos corporais voluntários e sentimentos. O que ele descobriu foi uma visão muito distorcida do corpo humano: o homúnculo cortical.
O homúnculo cortical representa a importância de várias partes do seu corpo, determinadas pelo seu cérebro.
Por exemplo, há pouca necessidade para o cérebro de saber o que está acontecendo nos braços e pernas. Tudo que esses membros precisam fazer é ficar longe do fogo e colocar as mãos e os pés nos lugares certos.
As mãos, a língua, os órgãos genitais e as características faciais são extremamente importantes, pois dão às pessoas uma tonelada de informações sensoriais. Como resultado, elas ocupam muito espaço no cérebro.
Contribuição além do superficial
Embora o homúnculo cortical seja uma curiosidade, o trabalho de Penfield em mapear a relação do cérebro para o corpo foi inestimável.
Formado na Universidade de Princeton, ele passou por anos de treinamento na Universidade de Oxford, na Espanha, na Alemanha e em Nova York (EUA), antes de se tornar o primeiro neurocirurgião em Montreal, Canadá.
Na década de 1950, Penfield buscava tratar pacientes com epilepsia de difícil controle. Antes de um ataque epiléptico, ele sabia que os pacientes experimentavam uma “aura”, um aviso de que o ataque está prestes a ocorrer.
Penfield testou se poderia provocar esta aura com uma leve corrente elétrica no cérebro, para localizar e destruir ou remover a fonte da atividade. Enquanto os pacientes estavam plenamente conscientes, embora anestesiados, ele abriu seus crânios e tentou localizar a origem de sua epilepsia.
Sua técnica foi muitas vezes bem sucedida, mas as cirurgias experimentais levaram a uma descoberta ainda mais dramática.
A estimulação em qualquer parte do córtex cerebral trouxe respostas de um tipo ou outro, e ele descobriu que só estimulando os lobos temporais (as partes mais baixas do cérebro de cada lado) que ele poderia obter respostas significativas e integradas, como a memória, incluindo som, movimento e cor.
Essas lembranças eram muito mais distintas do que a memória comum, e eram muitas vezes sobre coisas que não lembramos em circunstâncias normais. No entanto, se Penfield estimulava a mesma área novamente, exatamente a mesma memória aparecia – uma determinada canção, a vista de uma janela infância, etc -, ou seja, uma base física para a memória.
Ele acabou desenvolveu um mapa do cérebro, muitas vezes retratado como um desenho animado chamado homúnculo motor ou cortical (o ser humano em miniatura), com características desenhadas de acordo com a quantidade de espaço que ocupam no cérebro.
O homúnculo
O local no nosso cérebro onde toda a informação sensitiva é processada e tornada consciente se chama córtex somatossensorial primário.
O que é fascinante nesta área cerebral é a distribuição topográfica dos territórios sensoriais, cuja área ocupada é diretamente proporcional ao maior ou menor grau de sensibilidade a um estímulo nesse território. Não é de se estranhar a larga extensão das zonas corticais relacionadas com a sensibilidade a nível da face, mãos, dedos, lábios, língua, etc.
O córtex motor primário, localizado no giro pré-central, obedece à mesma lógica de representação topográfica, onde a área cortical é tão maior quanto maior for o grau de movimento que o respectivo território anatômico proporciona.
Esta diferença é particularmente gritante quando analisamos a extensão da zona cortical responsável pelos movimentos finos da mão, dedos e músculos da face, que representam praticamente 3/4 do córtex motor primário.
O homúnculo, então, é o espelho da riqueza sensitiva/motora de cada território corporal.[io9,MenteDesperta, PBS]

Dois anos de HypeScience

Por Marcelo Ribeiro em 30.06.2010 as 3:03
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González Pecotche Como você pode perceber estamos hoje inaugurando nossa nova identidade visual em comemoração aos nossos dois anos de existência. Neste período recebemos mais de 12 milhões de visitas e mais 25 milhões de visualizações de página. São mais 36,5 mil comentários espalhados pelos nossos 2,7 mil artigos. Recebemos em nossa casa visitantes de todas as cidades do Brasil e de todos os países do orbe. Mas o número mais importante é o de conhecimentos que vocês, leitores, e nós da edição acumulamos neste trajeto. Trajeto impulsionado a motores de dobra espacial, que usa como combustível a explosiva vontade de colocar a sua frente, todos os dias, algo interessante para se deleitar e alimentar conversas com seus amigos. Como todo bebê nós crescemos rápido e queremos ficar cada dia maiores com a sua ajuda; lendo nossos artigos, desfrutando e divulgando nosso conteúdo.
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